Merdas sérias, a brincar e assim assim. Uma janela para uma realidade que não tem, necessariamente, de ser a tua. Qualquer coisinha, já sabes, avisa.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Marcelo: a pain in the ass

O governo não quer calar Marcelo Rebelo de Sousa (quem é que disse que queria?). Quer apenas que a Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) exija "o contraditório" nos comentários políticos.
Ora, veja-se a que ponto chegou a hipocrisia da direita:
Até agora, Marcelo era, porque não falava mal do governo, isento. Durante todos estes anos em que foi o papagaio do governo de serviço para as massas, era um porreiraço, um comentador isento, imparcial. Agora, que os seus comentários não têm sido muito abonatórios para o Governo da coligação (sendo mesmo classificados de “comentários de ódio” e de “falsidades”), aqui del rei que já tem de haver direito a contraditório.
Mas pergunta que fica é esta: Quem é que deverá exercer o direito do contraditório a um destacado militante do PSD e antigo presidente deste? Outro militante ou membro do governo, ou alguém com posições políticas conhecidamente opostas às de Marcelo? Então vejamos o significado de contraditório manifesto na vontade da direita:
Pelas
palavras do ministro dos Assuntos Parlamentares Rui Gomes da Silva, bem como de Pacheco Pereira, deverá ser um contraditório interno, com alguém da sua área politica, do governo de preferência. Este é o significado de contraditório, para estes.
Ora, se assim for, bardamerda para o contraditório, ele não existe.
Se não, descansem os partidos de esquerda que, se o governo lutar por ele com coerência e ele for imposto, terão, certamente, direito de resposta na missa dominical da TVI.