4 pontos Socráticos

1. O PS fez, e bem, como toda a esquerda, oposição dura a um código de trabalho que balança no limite da constitucionalidade, aprovado pela maioria de direita. Mas quando for altura do PS ter a batata quente nas mãos, José Sócrates, disse hoje, que não o vai revogar. Mais uma vez o centro político dos interesses falou (fala) mais alto do que a coerência política. É nesta fraqueza que se sustenta.

2. Outro ponto: Fiquemos à espera do que vai fazer José Sócrates (se ganhar as eleições, o que me parece mais do que provável) quanto ao tão contestado fim dos benefícios fiscais para quem subscreve PPR's. Irá ser coerente com as suas últimas posições e no orçamento rectificativo, manter os benefícios fiscais? Ou, como a memória é curta, vai esquecer-se do que defendia à 2 meses?
(Se bem que neste ponto sou, por princípio, favorável a um corte substancial nos benefícios fiscais, não da sua eliminação total. No entanto, veremos até que ponto há coerência política em José Sócrates.)

3. Sócrates vai dar prioridade ao refendo do aborto em detrimento do da constituição europeia. Não me parece boa ideia, a ideia de que uma é importante e outra é menos. As duas questões são de grande importância para que se secundarize uma ou outra.

4. Uma boa notícia relativa à campanha do PS: os Hospitais S.A. não continuarão tal como estão. Sócrates afirmou hoje que é preciso que os hospitais funcionem segundo a lógica de empresas, mas de empresas públicas.