Uma notícia a respeito de Matosinhos!

As rotundas luxuosamente ajardinadas de Matosinhos, onde fontes e repuxos de água se alinham ao lado de pequenas e grandes esculturas de granito, estão aquele brinco que se pode ver e que,aparentemente, indica por detrás uma câmara briosa e zelosa dos interesses dos cidadãos, graças a uma equipa de trabalhadoras que à chuva e ao sol, ao calor e ao frio, incansavelmente tratam,limpam podam, cortam e catam relva, enfim, mantém tudo impecável.

Um olhar mais atento aos coletes reflectores das trabalhadores e a primeira óbvia questão – porquê só mulheres, se o serviço é camarário e não pode haver preferências de género na contratação – revelam uma realidade diferente. No colete a palavra “JardImagem” demonstra ser uma empresa privada organizando a contratação das ditas jardineiras. E o serem só mulheres não deixa adivinhar nada de bom.

Mas a verdade é que, segunda elas mesmo afirmam, estas mulheres nem sequer trabalham directamente para a JardImagem, empresa que a câmara contrata para os serviços de jardinagem da cidade de Matosinhos, mas para um sub-empreiteiro do Marco de Canavezes, que as vai recolher às seis da manhã a lugares como Baião, as traz aos lugares onde irão desempenhar a sua jornada de trabalho e as deposita de novo às sete da tarde na terra de residência, isto tudo sem contrato, pelo ordenado mínimo a recibos verdes, dos quais apenas 20 dias por mês são descontados para a segurança social e onde são constrangidas a deixar constar faltas fictícias.

Inquiridas sobre a razão que as impede de se organizar elas mesmas em empresa e oferecer directamente os seus serviços à câmara, impedindo que os diversos intermediários comam o que os contribuintes pagam pelo trabalho que elas executam, respondem que, por um lado, não sabem guiar, são de longe e não tem conhecimentos na câmara, a qual, por outro lado, não mete mais pessoal...

via Indimedia