Merdas sérias, a brincar e assim assim. Uma janela para uma realidade que não tem, necessariamente, de ser a tua. Qualquer coisinha, já sabes, avisa.

segunda-feira, agosto 30, 2004

Womem on Waves, STOP. Or else...



«(...)Um herói é o garante, o bastão
Dessa coisa do Deus-Pátria-Canhão
Nunca teme, nunca se corta
Come peixinhos da horta
Mulher morta
Não aborta



Poder
Quem o tem, tem ascendente
Poder
Quem o tem, faz-se valente
Bem usado
Mal usado
O poder é prepotente(...)»


(Excerto de Poder de José Mário Branco do álbum Resistir é vencer)



5 Comments:

Blogger sguna diz...

Sim, passer de barco é muito giro, mas isto também não é solução. No U.K. surgiu um caso "caricato", um arapariga de 14 anos fez um aborto sem a autorização ou conhecimento dos pais, só com o aval de professores, o que é totalmente legal. Eventualmente os pais descobriram e a mãe disse: para a minha filha ter que ser operada ao apendíce teve que ter 50 autorizações e tive que preenceher 300 formulários! Sem dúvida que tirar o apendíce é muito mais traumatico que tiram um feto??, filho??, aglutinado de célular??, ser??, pessoa???

12:03 da tarde

 
Blogger nc diz...

É claro que a solução não está no barco. A solução está, do meu ponto de vista, na substituição da lei por uma competente e justa. E o que este barco veio fazer foi, precisamente, contribuir para o debate no sentido de a alterar ou substituir. E foi disto que o governo teve medo, que de alguma forma o contributo informativo que o barco desse contribuísse para um aprofundamento do debate sobre um tema que é só (em Portugal) a segunda causa de morte entre as mulheres em idade fértil. Nunca ninguém aqui defendeu que seja o professor da escola a dar o aval para a realização de um aborto, aliás parece-me ridículo que assim seja. até porque parece-me que o estatuto dum prof. de cá é diferente dum do R.U.. Essa é uma decisão que, a ser tomada, deveria ser pela família da criança ou em último caso pelos tribunais.
A questão é: quem te garante que esse aborto não era feito de qualquer maneira? Legal ou ilegalmente, fosse ou não permitido? Ninguém.
Ninguém te garante que cá não hajam miúdas de 14 anos a abortar só porque não é permitido. Aliás sabe-se que as há, e muitas. Com que autorização? Nenhuma. Com que cuidados médicos? Nenhuns.
Como perguntava alguém que não me lembro agora: Que tipo de pessoa pode ver tamanha humanidade em algo que ainda não nasceu e nenhuma no miserável que cá anda?

3:42 da tarde

 
Blogger sguna diz...

Também concordo que a actual situação não é justa. A minha dúvida é quando é que um aborto se torna um homícidio (esta não é a palavra indicada, mas compreendam as minhas dificuldades...). Quando é que o feto deixa de ser feto? Ou será que até termos as orelhas cá fora não temos direitos nenhums???

5:52 da tarde

 
Blogger nc diz...

como sabes essa é uma discussão filosófica mais do que cientifica, saber quando é que o feto é alguém. há correntes que defendem que o é logo a partir da fecundação do óvulo e outras que só o consideram a partir do nascimento. Um ponto de vista intermédio seria o ideal no sentido de se alcançar um equilíbrio na lei e na sociedade. ora o que esta lei diz é um dos extremos que falei em cima: a partir da fecundação quem aborta mata um ser vivo logo é passível de ser criminalizado. não me parece que este seja o caminho correcto de uma sociedade moderna até porque tenho grandes duvidas quanto ao inicio daquilo a que podemos chamar de Vida Humana.
Assim pergunto:
quem é a condição essencial para o desenvolvimento de um feto, é ele em si mesmo ou a vida da sua mãe, da que o gera?
sobrevive ele sozinho independentemente da sua geradora? (não me parece, até certo tempo de gestação é claro.)
Bem, é de facto uma questão que extrema posições e de muita complexidade porém não é como quis o governo que ela se resolve. aliás até agora o tiro tem saído pela culatra. tanto se tem falado do aborto (pouco é certo) como da falta de tolerância de um governo que parece saído do meio do século XIX tal é a sua falta de visão para lidar com isto a que se chama democracia e diferentes pontos de vista.
Sabe o que faria um país como o irão ou a argélia se lhes aparece-se este barco pela frente? faria exactamente o mesmo que fez o governo de portugal. (esta é do bde). e neste caso é isso que conta.
.

9:33 da tarde

 
Blogger nc diz...

já reparaste que por norma quem é a pela «Vida» do feto foi sempre pela guerra do iraque, que fez milhares de mortos americanos, ingleses, italianos, polacos e iraquianos (civis principalmente - mas esses são números. tenho até a impressão que para algumas pessoas nem gente são.)?

9:43 da tarde

 

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