Merdas sérias, a brincar e assim assim. Uma janela para uma realidade que não tem, necessariamente, de ser a tua. Qualquer coisinha, já sabes, avisa.

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

A nossa geração!!!

Recebi este email do grande Cané, e como acho que nos diz respeito a todos. Todas as gerações são diferentes e todos acabamos da mesma maneira, mas sem dúvida que muitos de nós se identificam com este texto... aqui vai

" Em conversa com o irmão mais novo de um amigo, cheguei a uma triste
conclusão.
A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está
perdida.
E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram
os que
hoje rondam os trinta.
O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei
no Tom Sawyer.
"Quem? " , perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer!
Meu Deus...
Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria
música: " Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom
Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além... " era para ele como o hino
senegalês cantado em mandarim. Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Seb astien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super-Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas, lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual ...
E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais
gente numa só geração: O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.
Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que
os torna fracos. Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole.
Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super- herói quando brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção. Confesso, senti-me velho ... Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.
Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai , está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e a fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa a fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo " " , que não existiam antigamente. No meu tempo, se um gajo dava um malho (muitas vezes chamado de "terno") nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse. Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.
Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso.
Não estamos cá?
Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com
menos idade?
E ainda nos chamavam geração "rasca"... Nós éramos mais a geração "à rasca", isso sim.
Sempre à rasca de dinheiro, sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca a ver se a namorada estava grávida, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro.
Agora não falta nada aos putos. Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de prenda de anos e Natal, tudo junto.
Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo. Claro, pede- se a um
chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que
se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta. Com
tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8
em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma. Era o tóto de óculos, que levava porrada de todos, que n ão podia jogar à bola e que não tinha namoradas. É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada. Hoje, se um puto é normal, ou seja, não tem óculos, nem aparelho nos dentes, as miúdas andam atrás dele, anda de bicicleta e fica na rua até às dez da noite, os outros são proibidos de se dar com ele. "

Nuno Markl - O Homem que Mordeu o Cão (My generation)

terça-feira, fevereiro 24, 2004

Tributo a José Afonso


(1929-1987)


Aqui fica uma das suas mais emblemáticas canções que se encontra no álbum Coro dos Tribunais, editado em 1975, e que continua, tal como dantes, a fazer sentido hoje.


O que faz falta

Quando a corja topa da janela
O que faz falta
Quando o pão que comes sabe a merda
O que faz falta

O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta

Quando nunca a noite foi dormida
O que faz falta
Quando a raiva nunca foi vencida
O que faz falta

O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é acordar a malta
O que faz falta

Quando nunca a infância teve infância
O que faz falta
Quando sabes que vai haver dança
O que faz falta

O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta

Quando um cão te morde a canela
O que faz falta
Quando a esquina há sempre uma cabeça
O que faz falta

O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta

Quando um homem dorme na valeta
O que faz falta
Quando dizem que isto é tudo treta
O que faz falta

O que faz falta é agitar a malta
O que faz falta
O que faz falta é libertar a malta
O que faz falta

Se o patrão não vai com duas loas
O que faz falta
Se o fascista conspira na sombra
O que faz falta

O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é dar poder a malta
O que faz falta


quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Pedo... quê!?

«Este projecto de resolução parte do princípio que existe turismo sexual, violência sexual, prostituição infantil na região. Onde é que isto existe?» Lopes da Fonseca, deputado do PP
- Na região. Já tinhas respondido!

Essa merda na Madeira não existe, nunca vi!
Basicamente foi isto que disseram os deputados do PSD edo PP Madeira, ao chumbarem um projecto, do PCP que propunha combate à pedófila na Madeira

Aqui fica uma das muitas reportagens do Público sobre a matéria, visto que o link, não é permanente.

Cláudia Neves, da Inocência em Perigo, fala amanhã em Bruxelas
ONG denuncia casos de pedofilia na Madeira ao Parlamento Europeu

PUBLICO.PT
com Lusa
A organização não governamental (ONG) Inocência em Perigo vai denunciar amanhã no Parlamento Europeu, em Bruxelas, a existência de casos de prostituição infantil e realização de filmes pornográficos com crianças na ilha da Madeira, durante uma audição sobre o tráfico de menores na Europa alargada.

Cláudia Neves, a dirigente nacional da ONG que avançou ao PÚBLICO, há cerca de três semanas, que existem estrangeiros a fazer filmes pornográficos com crianças da Madeira e que vários menores chegam mesmo a sair da ilha para entrar em circuitos pedófilos internacionais, vai participar na iniciativa, onde pretende mostrar que esta é uma realidade, não só naquele arquipélago, mas de norte a sul do país, incluindo os Açores.

A responsável denunciou à edição de 11 de Janeiro do PÚBLICO "que há crianças em perigo, que há redes, que há estrangeiros que vão lá [Madeira] fazer filmes pornográficos". Cláudia Neves deu o exemplo de um menino alemão, que contou ter estado na ilha a rodar cenas de sexo e que acabou por ser resgatado de uma rede pedófila pela Inocência em Perigo.

Apesar das denúncias da dirigente da ONG, a Polícia Judiciária disse desconhecer casos concretos da existência de redes organizadas de pedofilia na Madeira ou de prostituição infantil. Porém, o coordenador da PJ no Funchal, Vítor Alexandre, admitiu que "uma coisa é a realidade e outra a realidade conhecida". Afirmou ainda que sem registo de crianças desaparecidas, pode "haver pais que mascaram a saída de filhos para o estrangeiro.

Um dos casos sobre práticas ligadas à pedofilia na ilha que ficou mais conhecido foi o que envolveu, em 1991, o holandês Albert Mullenders, condenado a quatro anos de prisão pelo Tribunal do Funchal pela prática do crime de associação criminosa, que consistia na angariação de menores e jovens para a prática de actos sexuais, cenas que eram gravadas em vídeo para reprodução e comercialização em circuitos pedófilos.

Os jovens provinham das zonas mais pobres da ilha, como Câmara de Lobos, e a rede era constituída por outros cinco homens, entre os quais um português e dois belgas.

Apesar de mais de doze anos volvidos sobre este caso, Cláudia Neves diz que esta é ainda uma realidade, mas "mais escondida".

"Na Madeira, a realidade chocante da pobreza facilita a vida aos pedófilos para que estes seduzam as crianças. Isso acontece hoje como antes", acrescentou a responsável à Lusa, frisando que o objectivo é trazer "todos os responsáveis pelos abusos à justiça e não apenas alguns, como aconteceu anteriormente".

Amanhã, em Bruxelas, Cláudia Neves irá participar na audição com o tema "Tráfico de crianças para fins de exploração sexual numa Europa alargada", onde a dirigente da ONG pretende mostrar também um filme que mostra uma alegada rede de venda de crianças por cidadãos de nacionalidade romena, em Lisboa.

Além da Inocência em Perigo, que se fará representar também pelo coordenador do PCP-Madeira, Edgar Silva, estarão presentes no encontro três deputadas do grupo parlamentar da Esquerda Unida do Parlamento Europeu, entre as quais a portuguesa Ilda Figueiredo. Outras das presenças confirmadas será a do comissário europeu da Justiça e Assuntos Internos, António Vitorino, e de especialistas nesta matéria provenientes de outros países europeus.







Junta-se o útil ao agradável



Fodam pelas vossas vidas!

terça-feira, fevereiro 17, 2004

World Press Photo 2003 (Fotografia vencedora)


Jean-Marc Bouju

Iraqi man comforts his son at a regroupment center for POWs, Najaf, Iraq, 31 March

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Ele admite

"Vamos olhar para isto de um modo simples. A diferença mais importante entre a Coreia do Norte e o Iraque é que, economicamente, nós não temos nenhuma escolha no Iraque. O país nada num mar de petróleo".
Paul Wolfowitz, vice-secretário da Defesa dos EUA, em Singapura, 31 de Maio-1 de Junho de 2003.

"...por razões que têm um bocado a ver com a burocracia do governo americano, nós arranjámos uma questão em que toda a gente poderia concordar: as armas de destruição em massa".
Paul Wolfowitz, revista Vanity Fair , Maio de 2003.

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Finalmente!

Pois é! Já de seguida vou publicar a primeira de muitas séries (espero) das Piadas Afiadas do nosso amigo Kané.

Kané, espero que este seja o primeiro de muitos textos que eu sei que aí tens...

Então aqui vai.



Piadas Afiadas

Capítulo 1


São quase seis da manhã...

De frente para mim, centenas de azulejos azuis marinhos que se esbatem sobre o cimento formando uma parede, na qual eu apoio a minha mão esquerda.
Em baixo, vislumbro um fio líquido que se ejecta sobre duas bolas brancas, que deambulam sobre uma rede colocada na extremidade de um orifício que se abre no branco, e pela qual circulam e flutuam pequenos filamentos, que mais pareciam barcos no seu labirinto até ao mar.
Sons e batidas fortes ecoam nos meus ouvidos, sem que eu as consiga decifrar.
Sinto passos...
Alguém se dirige a mim...

- Então, seu caralho!?
- Que fazes aqui?
- Há mais de meia hora que desapareceste, sem dar conta a ninguém, e estás aqui?

Concentrei-me naquelas palavras, e dirigi o olhar para o horizonte do meu campo visual, mas tudo é esbatido e sem forma. Não encontro linhas, tudo é turvo.
Indago-me sobre onde puderei estar, e não obtenho resposta. O meu cérebro já não me responde.
Solto o grito...

- Onde estou?

E do longínquo, surgiu a solução para a minha equação...

- Estás na merda!!!

E eu retorqui:

- Na merda!? Eu? Como?

De seguida ouvi:

- Apoiado sobre a parede com uma mão, de copo na outra, de palhinha na boca e a mijar para o urinol, dentro de uma casa de banho de discoteca, seu bêbado do caralho!



Moral da História:

O álcool e a ganza provocam amnésia e outras merdas que agora não me lembro...



Produções 700

COMO É MALTA?

O que é que aconteceu à malta do Papagrupes, faz meses que não postam aqui nada.

Indio, Guna... atão caralho?!

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Buenas tardes

Foi assim que, Diogo Vaz Guedes, presidente da Somague, começou a iniciativa Compromisso Portugal. Em espanhol.

E falando para a TV, os novos gestores deixam transparecer uma ideia chave:
"Nós , portugueses, gestores e empresários, infelizmente não estamos a trabalhar bem"
José Maria Ricciardi
...e nós os mais novos não somos como os outros, somos melhores.

Algumas propostas da iniciativa para melhorar a situação:
- Liberalização do despedimento;
- Aprofundamento do princípio do "consumidor pagador nas principais áres de intervenção de prestação de serviços do estado", como na saúde e educação.

Mas... e então propostas para fazer com que os gestores e empresários trabalhem melhor?

Compromisso Portugal - novos gestores, propostas antigas

Liberalização dos combustiveis = Preços mais baixos

aqui a confirmação

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Lost In Translation

A vida é lugar é um lugar estranho.



Lost In Translation é, quanto a mim, um dos filmes do ano (e um dos melhores que já vi), pela intensidade das imagens, pela banda sonora (que encaixa na perfeição em cada cena) ou pelos momentos de silencio, pelos momentos de um humor subtil, nada gratuito, e sobretudo, pela lição que dá ao relembrar a continua busca do sentido da vida e do amor.


"I just don’t know what am I supposed to be"

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Em audição



O album de estreia dos kings Of Leon, Youth and Young Manhood, é certmente um dos melhores albuns rock do ano, a par de outros como Elephant ou Room on Fire (que mesmo sendo, para mim, uma desilusão em relação ao primeiro, não deixa de ser um bom album de rock).
Neste Youth and Young Manhood, encontramos uma sonoridade com influencias que vão do folk ao rock dos anos setenta. O resultado é um conjunto de boas canções, como Mollys Chamber, Genius, Talihina Sky ou Joe`s head.
Vale a pena ouvir.

A imagem que escandalizou a América


A malta, por cá, gostou e pede mais.
TIIIRA
TIIIRA
TIIIRA